Desafios da implementação da nova normativa de reporte (CSRD) em Portugal
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A transposição lenta da Diretiva de Relatório de Sustentabilidade Corporativa (CSRD) em Portugal está gerando preocupações significativas entre as empresas do país, especialmente no contexto de um quadro regulatório europeu que exige uma rápida adaptação às novas normas de reporte de sustentabilidade. Embora a diretiva tenha entrado em vigor a nível da União Europeia, Portugal, entre outros países, enfrenta um cenário em que a transposição para a legislação nacional ainda não foi finalizada, o que cria um cenário de incerteza e pode dificultar a preparação adequada das empresas para o cumprimento total das exigências observando os prazos estabelecidos.
O Cenário Atual: principais obstáculos reportados
Acredita-seque apenas 41% das empresas portuguesas estão confiantes na sua capacidade de cumprir as exigências da CSRD dentro dos prazos. Esse valor é consideravelmente inferior ao observado em nível global, onde 63% das empresas sentem-se preparadas.
Entre os maiores desafios para as empresas em Portugal estão:
- A complexidade da cadeia de valor: 67% das empresas portuguesas identificaram a gestão de cadeias de valor complexas como um dos maiores desafios, em comparação com 59% globalmente. A CSRD exige que as empresas reportem impactos não apenas das suas operações diretas, mas também ao longo de toda a cadeia de fornecimento, o que pode aumentar significativamente a complexidade de coleta de dados.
- A falta de dados de qualidade e ausência de sistemas robustos para a coleta e processamento das informações: 47% das empresas portuguesas afirmaram que a qualidade dos dados disponíveis é insuficiente para cumprir as exigências da CSRD. A diretiva requer informações precisas e detalhadas sobre diversos aspetos de sustentabilidade, o que implica na implementação de novos sistemas tecnológicos e metodologias de monitorização.
- Cumprimento de prazos: O tempo para implementação total da diretiva é um desafio adicional, com 50% das empresas em Portugal a destacar os prazos apertados como uma barreira. Sem uma transposição clara, há um risco de que muitas empresas não consigam se preparar adequadamente para os prazos exigidos.
A CSRD exige que as empresas, especialmente as de grande porte e aquelas cotadas em bolsas, reportem informações detalhadas sobre o impacto das suas atividades em questões ambientais, sociais e de governança (ESG). Este processo vai muito além dos requisitos anteriores, uma vez que impõe a obrigatoriedade de que seus relatórios sejam elaborados de manera que permita uma comparação com relação aos financeiros, o que inclui a verificação feita por auditorias externas.
No entanto, o atraso na transposição da diretiva para o ordenamento jurídico português significa que as empresas estão a operar num vácuo regulatório, sem diretrizes claras sobre o que será exigido em termos de penalizações e prazos finais.
Muito se cobra, pouco se faz... onde está a solução?
No entanto, no meio deste cenário incerto, as consultoras de sustentabilidade surgem como aliadas essenciais. Elas não apenas ajudam as empresas a adaptar-se às exigências regulatórias, como também identificam oportunidades para integrar práticas de sustentabilidade que aumentam a competitividade e mitigam riscos futuros.
As consultoras desempenham um papel fundamental ao facilitar a implementação de sistemas de coleta e gestão de dados ESG, auxiliando na identificação de riscos ao longo da cadeia de valor e garantindo que as empresas estejam prontas para as auditorias externas impostas pela CSRD. Este apoio é vital, sobretudo num contexto onde as empresas nacionais relatam um nível de confiança significativamente menor em comparação com os seus pares globais.
Apesar dos desafios apontados anteriormente, muitas empresas portuguesas reconhecem os benefícios do cumprimento da CSRD e que a nova diretiva ajudará a mitigar riscos e a criar um modelo de governança mais eficaz. Além disso, a conformidade com os requisitos da CSRD pode trazer uma série de vantagens competitivas, como o acesso mais fácil a capital sustentável, melhoria na reputação da marca e o fortalecimento das relações com os stakeholders.
Conclusão
A transposição lenta da CSRD em Portugal coloca as empresas numa situação de incerteza e pressão crescente para cumprir os prazos regulamentares da UE. Todavia, ao recorrer a consultoras de sustentabilidade especializadas, as empresas podem não só garantir a conformidade com a diretiva, como também aproveitar as oportunidades de crescimento e inovação que uma abordagem sustentável oferece.
Contudo, apesar da importância deste apoio especializado, o progresso em Portugal continua lento. Muito se cobra das empresas, exigindo prazos rígidos e prevendo sanções severas, mas pouco se faz para verdadeiramente ajudar e guiar as empresas neste percurso ainda tão incerto. Muito se fala sobre os prazos e penalidades, mas há uma lacuna preocupante quando se trata de implementar de forma eficaz e pragmática as diretrizes que a própria lei estipula.
Para que a CSRD produza os resultados que realmente pretende, é imprescindível que se avance rapidamente com uma transposição que não só seja rigorosa, mas também adaptada à realidade das empresas, permitindo que estas possam cumprir as suas obrigações de forma eficaz e com impacto positivo no ambiente e na sociedade. Consultoras de sustentabilidad, como Let's Move The World, são capazes de orientar as empresas em cada etapa, desde a implementação de sistemas de monitorização até à elaboração de relatórios que atendam aos requisitos mais rigorosos, preparando-as para um futuro onde a sustentabilidade é um imperativo empresarial.